Foto: ILMD
15/08/2023, terça-feira
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) realizou na segunda-feira (14/08), no Auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Tabatinga, a Aula Magna de abertura do primeiro curso de Mestrado em Saúde Coletiva, na modalidade Sala Estendida (realizado fora da sede da instituição) voltado exclusivamente para indígenas do Alto Solimões. No total, 52 candidatos de diferentes etnias e municípios da região se submeteram ao processo seletivo do curso, que resultou no preenchimento das 15 vagas oferecidas nesta iniciativa inédita de formação strictu senso fora da sede do Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA). A aula magna será proferida pela diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Schwartz Benzaken. A matrícula dos aprovados ocorrerá nos dias 14 e 15/08, na sede da UEA em Tabatinga. O processo seletivo reuniu tikunas, kambebas, kaikanas, marubos, kokamas e kanamaris, dos municipios de Tabatinga, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Amaturá e Santo Antônio do Içá.
A coordenadora geral de educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC| Fiocruz), Cristina Guilam, afirma que o mestrado tem o objetivo de fortalecer o Sistema Único de Saúde da Amazônia e oferecer ao discente a formação necessária para o desenvolvimento de pesquisas de interesse para a região. "Embora tenhamos ações afirmativas em todos os níveis e modalidades de educação na Fiocruz, essa turma voltada especificamente para os povos indígenas, visa reduzir as desigualdades do ponto de vista de formação educacional, com a oferta de disciplinas de relevância a este grupo populacional", comenta Guilam.
O curso é resultado de um esforço conjunto desenvolvido entre instituições de ensino e de fomento à pesquisa, tendo como coordenadora a docente e pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo. O objetivo é qualificar indígenas graduados em diversas áreas de conhecimento para que possam atuar no campo da saúde coletiva e desenvolver atividades, atuando nas instituições que existem na região e contribuindo para melhoria da prestação dos serviços em saúde indígena e na própria atenção primária do município. "Como sanitarista indígena, os profissionais podem atuar de forma qualificada na implantação de atividades de monitoramento, avaliação, vigilância em saúde e processos investigativos que são necessários para subsidiar e melhorar a qualidade das ações de Saúde", explica Luiza Garnelo.